Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre RUÍDO URBANO, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Convite ao Silêncio


Uma arma poderosa, um aliado da paz, uma necessidade e um direito são algumas das atribuições e características que se podem dar ao silêncio. No meio da agitação do dia-a-dia, em algum momento percebemos a necessidade de alcançar um estado de quietude natural que, desde nosso nascimento, é um dos direitos mais elementares. No entanto, poucos são aqueles que chegam a se aproximar dessa condição de existência. Em Convite ao Silêncio, primeiro livro da professora de meditação Gunilla Norris editado no Brasil, é possível encontrar ferramentas que possibilitam as pessoas a trazerem o silêncio para suas vidas. Um manual prático de meditação, as técnicas apresentados no livro podem ser utilizadas por qualquer pessoa independente da crença religiosa.No livro a autora descreve como o mundo atual é confuso. Vivemos cercados de ruídos, interferências, estresse. A cada dia que passa, temos mais necessidade de encontrar a paz, precisando afastar todas as inquietações e procurar em nós mesmos a solução para nossos temores. Na verdade, a maior parte das pessoas sequer dá valor ao silêncio, e passa a vida sem perceber o quanto ele é fundamental para uma vida harmonizada. Convite ao silêncio chega tem o propósito que o título sugere: trazer o silêncio para sua vida, orientando e instruindo quanto ao valor de uma existência pacífica e centrada, e ensinando a enfrentar o cotidiano com uma postura diferente. No livro, que é dividido em quatro partes, a autora guia o leitor por meio de um manual lúcido e prático de meditação e vida consciente, independente de sua crença religiosa.


Título: Convite ao silêncio

Autora: Gunilla Norris

Editora: Nova Era

Preço: R$14,90

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Caminhadas do Barulho

Sinceramente, dá para entender uma "Caminhada pela Paz" eivada de barulho, de poluição sonora, macula­da por crime ambiental pre­visto em lei? Principalmente quando seus patrocinadores tenham sido advertidos, com apelos das autoridades com­petentes para que respeitas­sem a Lei do Silêncio?Dá para entender uma "Caminhada para Jesus", igualmente manchada com o mesmo tipo de crime, sem respeito ao próximo, pratica­da justamente por quem se diz seguidor dos princípios cristãos? Quando foi que Jesus promoveu barulho perante a sua multidão? Nunca! Muito menos ao orar, quando se retirava buscando a paz de um local propício à introspecção.Dá para entender uma "Procissão da Penha" que passa a altas horas da noite produzindo um imenso baru­lho, defronte de residências onde pessoas estão dormin­do, precisando de sossego para poder enfrentar mais um dia de trabalho? Dá para entender cultos que promo­vem barulho em igrejas que chegam ao cúmulo de ser campeãs de denúncia de po­luição sonora, segundo dados da própria Secretaria Munici­pal do Meio Ambiente?Não, leitores, não dá. Assim como não dá para entender por que a prefeitu­ra ainda não se conscientizou de que o modelo concebido para controlar e punir esses crimes não está dando certo. Pensei até que o convênio firmado entre a Semam, Cptran, STTrans e a Polícia para atuarem juntos seria uma brilhante saída, já que sempre foi notória a falta de estrutura física do mu­nicípio. Mas, qual não foi a minha surpresa ao ver, no úl­timo domingo, trios elétricos esgoelando uma absurda barulheira lado a lado com "amarelinhos" e policiais que certamente nem estavam sabendo do tal convênio…Conheço de perto o esforço e a dedicação profis­sional e pessoal dos
titulares da Semam, a exemplo de An­tônio Augusto de Almeida, um homem probo, estudioso e bem intencionado, de Ana Lúcia Espínola, uma diretora cheia de sensibilidade e pos­tura ética diante dos crônicos problemas de poluição que a capital enfrenta. Entretanto, a minha admiração por seu trabalho se esbarra na pieda­de que sinto ao ver que são muito poucos os resultados de seus esforços, ainda que existam.São poucos porque o modelo está errado. Não dará resultado um plantão que só age quando é provo­cado. Não dará resultado se não houver rondas de rotina, fiscalização ambulante, cam­panhas educativas maciças e investimentos similares nas escolas. Por que hoje se res­peita o pedestre muito mais que antes? Porque a cam­panha foi muito maior do que o modesto e incipiente movimento que a prefeitura esboçou em prol do silêncio.Não, meu querido pre­feito Ricardo. Se queres que "A Capital das Acácias" deixe de ser "A Capital do Baru­lho"; se queres que os turis­tas levem daqui a melhor impressão, se queres que tua ora brilhante atuação, que a nós tem dado nível mais alto de bem-estar e qualidade de vida, não esqueças que a poluição sonora destrói qualquer imagem de civili­dade e respeito ao próximo.Coisa que os que se dizem ser cristãos ainda estão longe de aprender.

Germano Romero.

Publicado no jornal "Correio da Paraíba", em 15 de novembro de 2007.http://ambiental.wordpress.com/2007/11/15/caminhadas-do-barulho/